A Semente do Ano, Dia 1: A mãe e sua força criadora
Dec 21, 2024
Nesta página você pode ouvir o primeiro mini-episódio da série Semente do Ano: doze dias de reconexão selvagem. Ainda dá tempo de acompanhar a série completa, clique aqui para saber mais e se inscrever.
Tudo começa com a mãe, a matriz. Aquela que, desde um lugar oculto, cria o novo. Não só cria como nutre e protege o que é frágil, o que precisa de cuidado.
Na primeira noite do rito dos doze dias, honramos e agradecemos as mulheres de nossa linhagem — sobretudo as da linhagem materna. Na noite de 21 de dezembro, é em honra dessas mulheres e de seus nomes que nós festejamos. Na noite do solstício, queremos contar suas histórias, queremos lançar luz sobre os tesouros que recebemos delas.
Quais as qualidades físicas que eu herdei da minha linhagem materna?
Reconhecer a minha herança não significa que fique presa a ela — honrar a mãe não é o mesmo que concordar com tudo que ela diz. Honrar a mãe é simplesmente reconhecer que se eu estou viva é porque fui parida, fui nutrida, fui cuidada. Se estou aqui, certamente recebi cuidado e as mulheres que me cuidaram muito possivelmente me ensinaram a cuidar também.
Essa é uma noite para lembrar o nome daquela bisavó e contar a história que me contaram sobre ela. Ou então de ouvir a música favorita da minha avó materna.
As mães que nós temos são criaturas humanas e portanto falíveis, de modo que se você não se sente particularmente inspirada para celebrar a mãe nesta noite, você pode escolher sua própria mãe: Virgem Maria, Demeter, Pacha Mama, Yemanjá. Talvez a mãe que te caiba neste rito nem humana seja: a imensidão do oceano, a proteção feroz da ursa (com sua constelação, Ursa Maior) ou o gingado certeiro da onça. Uma das maiores belezas do rito dos doze dias é que ele pode ter a cara que você quiser. Ele assume a forma que fizer mais sentido hoje e pode seguir mudando junto com você.
Virgem Maria, Demeter, Pacha Mama, Yemanjá, ursa, onça... Quem são as figuras femininas na sua vida e na sua história que incorporam as qualidades da criação e da nutrição?
A figura tradicional da mãe é uma mulher gentil que não tem medo da noite e que conhece o mundo. Uma mãe interna saudável é aquela que consegue ver a sombra sem sair correndo. Dentro de mim e dentro de você, a mãe é aquela parte capaz de (entre muitas outras coisas) testemunhar e compreender nossos próprios vacilos.
Se eu estiver decepcionada com algo que eu fiz ou deixei de fazer este ano, a noite do solstício em 21 de dezembro pode ser uma boa oportunidade de deixar que essa decepção seja abraçada pelas qualidades de uma mãe generosa que acolhe e tranquiliza. Neste momento, posso deixar que, dentro de mim, a vergonha, o desespero e a impotência encontrem aquela parte que sabe dizer “pronto, pronto. tá tudo bem, vai ficar tudo bem”.
A mãe é aquela que conhece as plantas, que conhece o chá certo para o choro certo. A história da Strega Nona e todas as histórias sobre feiticeiras benevolentes são perfeitas para compartilhar e ouvir hoje. Quem são as conhecedoras dos segredos e das curas na sua história pessoal.
Nas profundezas de si mesma, do que você está precisando? Que cara poderia ter, na sua vida hoje, fazer pelo menos UMA escolha criativa, nutritiva e protetora cuidando daquilo que é precioso para você?
Tornar-se mãe é o processo de ser criada por aquilo que criamos — e aqui não se tratam apenas de crianças, embora criar uma pessoa seja o ato criativo por excelência. Você é mãe de tudo que passa a existir porque você tomou tempo para criar, nutrir e proteger. Este é também um dia para se reconhecer mãe de tudo aquilo em que você investe sua força criadora.
E embora a mãe gentil seja a nossa ideia coletiva de mãe por excelência, é importante lembrar neste dia que existe também um outro tipo de mãe, a mãe selvagem: a mulher poderosa que não tolera ingenuidade e autoengano, que não tem tempo e nem energia para perder com o que não é importante. Essa é a mãe que dá as missões e cobra. Os povos eslavos contam histórias sobre a Baba Yaga, que incorpora o aspecto apavorante dessa mãe cuja fúria nós fazemos o melhor para evitar.
Uma dessas histórias aterrorizantes contava que todo mundo que não tivesse lavado todas as roupas sujas até o dia de hoje, 21 de dezembro, sofreria a fúria da Baba Yaga. Essas histórias de controle de comportamento foram usadas para apavorar crianças em muitas culturas mas — caso seja um dia propício, colocar toda a roupa suja na máquina hoje é um costume que também pode te conectar com esse rito ancestral.
Quais as qualidades da mãe gentil e da mãe selvagem que você entende que vão te ajudar a criar e a nutrir o próximo mês de janeiro?
Para acessar sugestões simples de reflexões práticas para cada um dos doze temas que guiam o rito dos doze dias e cultivar um respiro de reencantamento nesses dias de transição, clique aqui para ter acesso imediato à série A Semente do Ano e semear os próximos doze meses em profunda conexão consigo, com a terra e com sua ancestralidade. Você pode adquirir A Semente do Ano para você — ou pode presentear sua comunidade com essa experiência de conexão.
>>Saiba mais e inscreva-se agora na série A Semente do Ano
O acesso é imediato e as inscrições estão abertas até o dia 27 de dezembro.